quinta-feira, 31 de março de 2011

Língua falada # língua escrita

A importância da leitura de diversos tipos de textos para diferenciação da língua falada e da língua escrita. Assista o video  acessando:


quinta-feira, 24 de março de 2011

LEITURA DE MUNDO


Como ampliar o vocabulário na alfabetização?
As crianças são curiosas e anseiam por interagir com os espaços da escola e fora dela.
Sugestão didática:
1.Dê um passeio com os alunos pela escola e/ou no entorno da escola.
Peça que olhem e tentem “adivinhar (desafio) o que está escrito em diferentes lugares.
O que será que os escritos querem dizer?
Muitos poderão predizer corretamente o que está escrito em diferentes contextos, o que indica que já refletiram sobre a natureza da escrita e fizeram deduções corretas. Faça suspense e leia para eles:
  • O nome da escola na fachada do prédio e o número do prédio;
  • Cartazes nos corredores;
  • Placas nas portas; (secretaria, banheiro...)
  • Cardápio, avisos no refeitório..
  • Nº nas portas das salas;
2.Da mesma forma fora da escola.
Deixe-os falar: desde a tampinha encontrada na rua, até a placa ou letreiro das lojas...
Deixe a turma pensar o que está escrito em diferentes suportes de texto.
Compare e comente as respostas.
Explore as “escritas" próprias do local onde a escola está situada.
3. Apresente aos alunos e alunas diversos tipos de materiais de leitura e seus suportes.
Agrupe-os e peça-lhes que identifiquem o que é letra e o que é número.
Peça-lhes que anotem algumas palavras e identifiquem as letras repetidas.
Os alunos podem trazer embalagens de casa para fazer outras leituras.

4. Leitura didática na Roda de leitura:
Podem ser dentro ou fora da sala de aula.
O principal objetivo é fazer os alunos e alunas trocarem impressões, sobre a escrita, ler e escrever sobre o texto. Situações feitas com  prazer e movimento.
a)O texto pode ser escrito em papel pardo em letra script ou
os participantes da roda  recebem o texto para acompanhar a leitura do guia, deixando os comentários para o final.
A educadora devem chamar atenção sobre o título, autor, os parágrafos, o tamanho do texto,os desenhos se houver, os números.
Parlendas, poesias, contos, notícias, HQ, fábulas são textos curtos e mais adequados para os  iniciantes.
Fazer leitura pausada, apontando palavras.
b)Observar que os textos são conjuntos de palavras que formam sentido, frases mais longas e mais curtas, pontuação, para superarem a hipótese que os textos contém somente nomes e ações.
c)Pedir para localizarem palavras.
Contar o número de palavras, de versos, observar o espaço entre as palavras.
Qual é a maior palavra?
Relacionar o significado e o significante(forma).
Ilustrar as palavras para superação do realismo nominal.
Descoberta de palavras com o mesmo sentido.
Ex: malvado, mau; bonita bela;
d)Descoberta de palavras com mais de um significado.
Exercícios com homônimos> Manga, botão, cabo, canela, pena, peça, pé. Ex: A manga da minha blusa. Gosto de suco de manga.
Fonte: Guia prático do alfabetizador- Marlene Carvalho - Ed. Ática



quarta-feira, 16 de março de 2011

Alegria e movimento na alfabetização

Gente Tem Sobrenome
ToquinhoComposição: Toquinho / Elifas Andreato

Todas as coisas têm nome,
Casa, janela e jardim.
Coisas não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
Todas as flores têm nome:
Rosa, camélia e jasmim.
Flores não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
O Jô é Soares, Caetano é Veloso,
O Ary foi Barroso também.
Entre os que são Jorge
Tem um Jorge Amado
E um outro que é o Jorge Ben.
Quem tem apelido,
Dedé, Zacharias, Mussum e a Fafá de Belém.
Tem sempre um nome e depois do nome
Tem sobrenome também.
Todo brinquedo tem nome:
Bola, boneca e patins.
Brinquedos não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
Coisas gostosas têm nome:
Bolo, mingau e pudim.
Doces não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
Renato é Aragão, o que faz confusão,
Carlitos é o Charles Chaplin.
E tem o Vinícius, que era de Moraes,
E o Tom Brasileiro é Jobim.
Quem tem apelido, Zico, Maguila, Xuxa,
Pelé e He-man.
Tem sempre um nome e depois do nome
Tem sobrenome também.
Essa música faz parte do álbum Canção de Todas as Crianças, de Toquinho.
Escute a musica no endereço abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=16Fc2irUHK8

terça-feira, 8 de março de 2011

Aventura linguística

"A leitura de mundo precede a leitura da palavra." Paulo Freire.

Partindo da hipótese de que a aprendizagem da leitura e da escrita não se limita à sala de aula e de que a criança inicia seu processo de alfabetização muito antes de entrar na escola, Emília Ferreiro e seus colaboradores inovam ao assumir uma perspectiva mais ampla: a alfabetização não é uma questão exclusivamente pedagógica, mas se explica também pelas variáveis sociais, culturais, políticas e psicolinguísticas.


Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979. Emilia é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora.

É nessa complexa condição que se trava o processo psicogenético de construção da língua escrita. Um processo marcado externamente pelas múltiplas interações sociais e pelas experiências do sujeito aprendiz com as práticas de ler e escrever e, internamente, pelos conceitos construídos, que nada mais são do que momentos provisórios e relativamente estáveis na evolução da aprendizagem: um processo ativo, dinâmico, subsidiado pela sucessão de contradições e conflitos cognitivos.
Nas palavras de Ferreiro, "o que temos que fazer é recuperar os olhos do analfabeto que nós mesmos fomos."

REVISÃO CONCEITUAL
Durante muitos anos, a língua escrita foi compreendida como um código cujo funcionamento se explicava pela associação de fonemas e grafemas na formação de sílabas, palavras, frases, o que tornava possível a transposição da fala para o papel(métodos sintéticos). Acreditava-se que, uma vez capaz de dominar a grafia das letras (pelo amadurecimento da coordenação motora fina), de associá-la aos seus respectivos sons (pela capacidade de atenção, concentração e memória) e, ainda, de ajustar a combinação de letras e palavras às regras de ortografia e da gramática (pelo exercício repetitivo das normas linguísticas), a escrita estaria definitivamente conquistada.
Superando a esfera do código, Emília, apoiada nos estudos linguísticos, chamaram a atenção para a complexidade da escrita entendida como um sistema de representação. Ao lado dos princípios normativos que organizam o seu funcionamento (como a alfabeticidade e a ortografia), há uma vasta posssibilidade de configurações e funções inerentes ao uso da língua nas mais diversas situações sociais de uso da escrita.
Aquele que escreve lança mão de um complexo repertório de conceitualizações que balizam a reflexão linguística: o que escrever, como escrever, para que escrever, a expressão verbal da ideia a ser veiculada, o gênero e a estrutura da escrita, seus destinatários e sua conformação no papel.
Nas palavras da pesquisadora: "a escrita é importante na escola pelo fato de que é importante fora da escola, não o contrário."
Por isso, a maior novidade do construtivismo não é a invenção de novos modos para ensinar, mas sim a ressignificação das práticas pedagógicas, na busca de um enfoque cada vez mais ajustado aos alunos.
O quadro abaixo traz alguns princípios psicogenéticos:



  • Evolução psicogenética entendida como processo ativo e pessoal de elaboração cognitiva, a partir das experiências vividas.
  • Construção do conhecimento a partir de condições favoráveis para o envolvimento pessoal, a elaboração e testagem de hipóteses, a possibilidade de descoberta e apropriação do saber significativo. Um ensino capaz de respeitar o tempo de aprendizagem, as experiências e os conhecimentos já construídos pela criança, xcompreendendo o erro como parte desse processo de aprendizagem.
  • Identificação de momentos conceituais de compreensão e produção de escrita: pré-silábico. silábico, silábico-alfabético e alfabético.
  • Escrita espontânea como oportunidade de produção significativa para a reflexão linguística e para a constituição da autoria ( o aprendiz-autor).
  • Interlocução como recurso para a troca de informações e desetabilização das hipóteses construídas, favorecendo a possibilidade de avnço.
  • Escrita do nome próprio como conhecimento significativo que pode funcionar como um referencial estável de escrita na tentativa de outras produções ou de reflexão sobre a língua.
  • Para aproximar a língua de seus usos sociais, estímulo ao uso de vários portadores textuais, em diferentes possibilidades de uso, funções ou gêneros de escrita.
  • Reflexão sobre a escrita para o avanço na compreensão do funcionamento desse sistema linguístico.
Se alfabetiza melhor quando:
  1. Se permite a interpretação de uma diversidade de textos (inclusive dos objetos sobre os quais o texto se realiza);
  2. Se estimulam diversos tipos de interação com a língua escrita;
  3. Se enfrenta a diversidade de propósitos comunicativos e de situações funcionais vinculadas à escrita;
  4. se reconhece a diversidade de problemas enfrentados para produzir uma mensagem escrita;
  5. se criam espaços para que sejam assumidas diversas posições enunciativas ante o texto (autor, revisor, comentarista, avaliador, ator...) e
  6. Finalmente, quando se assume que a diversidade de experiências dos alunos permite enriquecer a interpretação de um texto e ajuda a distinguir entre a diversidade de níveis de conceitualização e tomada de consciência que as crianças pensam sobre a escrita (e enem todas pensam o mesmo ao mesmo tempo). Fonte: Revista Viver Mente e Cérebro- Coleção memória da pedagogia  nº 5 - Emília Ferreiro- A construção do conhecimento.
Para pensar:
Anote as palavras desconhecidas, busque seu significado no dicionário.
Copie frases do texto que consideras importante para discutir em sala de aula.
Anote dados biográficos da autora da psicogênese da língua escrita Emília Ferreiro.

Assista o video
Alfabetização por nome próprio, no endereço abaixo: